domingo, 10 de julho de 2011

HELDER MOURA PEREIRA / (POESIA)

NOTA:
Os preços apresentados, são MAIS BAIXOS NORMALMENTE DO QUE O EXPOSTO, na medida em que pretendemos que mesmo que haja aumentos, possamos manter os preços anualmente, pelo que não deve admirar-se do livro que nos comprou lhe chegar com um custo menor
GARANTIMOS É QUE NUNCA SERÁ SUPERIOR AO INDICADO.

PVPEspanha: 9,99 €

Sinopse
Helder Moura Pereira nasceu em Setúbal, em 1949. 
Revelou-se como poeta em 1976, numa obra colectiva
  Cartucho - em colaboração com Joaquim Manuel Magalhães
 João Miguel Fernandes Jorge e António Franco Alexandre. 
Tem mais de duas dezenas de livros de poesia publicados, 
sendo este o segundo que edita na Assírio & Alvim. 
Também para esta editora traduziu: 
"Poemas de Amor do Antigo Egipto" (colecção Gato Maltês)
 e "O Fazer da Poesia", de Ted Hughes
 (recentemente editado na nova colecção Testemunhos). 
Na colecção Assirinha, 
conta já com dois livros da sua autoria:
 "A Pensar Morreu Um Burro"
 (com ilustrações de Luis Manuel Gaspar)
 e "Os Poemas do Coelho Rámon"
 (com ilustrações de Ruth Rosengarten).


Dizeres o meu nome era a tua melhor carícia, 
não que gostasses 
do som e o escolhesses para um filho. 
Era apenas o meu nome, 
quando na sombra o vulto passava e quando ao sol contava 
pulsações.
 Assim, projectando lazeres nos ramos das árvores, 
lembrei-me como era possível voltar a escrever na casca.
E com o canivete fui rasgando corações, depois todo contente 
fui fazer uma salada.
 À tarde apalpei-te e tu deste um gritinho. 
Os leitores, dizias a rir, 
que vão achar os leitores dos pormenores 
da tua vida íntima, 
secreta e privada? 
Tudo tem de ter 
uma lógica, sabes bem, 
nem que seja a mentira de eu existir.
Mesmo num filme sério quando a imagem
 era cortante de beleza 
o teu riso ecoava na sala e 
a gente culta fazia chiu e voltava 
a cabeça para trás.
 Eu, muito envergonhado, jurava para dentro 
de mim que nunca mais te levaria ao cinema. 
Contudo, ao mesmo 
tempo, achava graça de haver uma pessoa
 que achava graça a tudo.
Na cama tu nunca disseste o meu nome,
 um dia falei-te nisso 
e respondeste que era melhor do que gritar
 é tão bom zé manel. 
Afasta portanto as tuas pernas tensas
 para que eu possa passar por inventor
 e julgar que ninguém faz o que eu faço. 
Ou então 
faz-te difícil 
para que me sinta campeão da poesia mais boçal.





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