Eugénio de Andrade
(1923-2005)
Poeta português, Eugénio de Andrade, pseudónimo de José Fontinhas, nasceu a 19 de Janeiro de 1923 no Fundão. Em 1947 ingressou na função pública, como funcionário dos Serviços Médico-Sociais, e em 1950 fixou residência no Porto. Manteve sempre uma postura de independência relativamente aos vários movimentos literários com que a sua obra coexistiu ao longo de mais de cinquenta anos de actividade poética. Revelando-se em 1948, com As Mãos e os Frutos, a que se seguiria, em 1950, Os Amantes sem Dinheiro, o seu nome não se encontra vinculado a nenhuma das publicações que marcaram, enquanto lugar de reflexão sobre opções e tradições estéticas, a poesia contemporânea, embora tenha editado um dos seus volumes, As Palavras Interditas, na colecção "Cancioneiro Geral" e tenha colaborado em publicações como Árvore, Cadernos do Meio-Dia ou Cadernos de Poesia. É, aliás, nesta última publicação, editada nos anos quarenta, que se firmam algumas das vozes independentes, como Ruy Cinatti, Sophia de Mello Breyner Andresen ou Jorge de Sena, que inaugurariam, no século XX, essa linhagem de lirismo depurado, exigente, atento ao poder da palavra no conhecimento ou na fundação de um real dificilmente dizível ou inteligível, em que Eugénio de Andrade se inscreve. É actualmente um dos poetas portugueses vivos mais lidos e traduzidos, mantendo ao longo de uma longa e fecunda carreira uma certa unidade de temas e de recursos formais.
(1923-2005)
Poeta português, Eugénio de Andrade, pseudónimo de José Fontinhas, nasceu a 19 de Janeiro de 1923 no Fundão. Em 1947 ingressou na função pública, como funcionário dos Serviços Médico-Sociais, e em 1950 fixou residência no Porto. Manteve sempre uma postura de independência relativamente aos vários movimentos literários com que a sua obra coexistiu ao longo de mais de cinquenta anos de actividade poética. Revelando-se em 1948, com As Mãos e os Frutos, a que se seguiria, em 1950, Os Amantes sem Dinheiro, o seu nome não se encontra vinculado a nenhuma das publicações que marcaram, enquanto lugar de reflexão sobre opções e tradições estéticas, a poesia contemporânea, embora tenha editado um dos seus volumes, As Palavras Interditas, na colecção "Cancioneiro Geral" e tenha colaborado em publicações como Árvore, Cadernos do Meio-Dia ou Cadernos de Poesia. É, aliás, nesta última publicação, editada nos anos quarenta, que se firmam algumas das vozes independentes, como Ruy Cinatti, Sophia de Mello Breyner Andresen ou Jorge de Sena, que inaugurariam, no século XX, essa linhagem de lirismo depurado, exigente, atento ao poder da palavra no conhecimento ou na fundação de um real dificilmente dizível ou inteligível, em que Eugénio de Andrade se inscreve. É actualmente um dos poetas portugueses vivos mais lidos e traduzidos, mantendo ao longo de uma longa e fecunda carreira uma certa unidade de temas e de recursos formais.
A escolha dos inofensivos substantivos "pureza" e "leveza" para referir a sua obra derivará talvez da noção do impulso de purificação que a sua poética confere às palavras através da exploração de um léxico essencial até à exaltação. Quando Maria Alzira Seixo fala do caminho que esta poesia percorre "na senda do rigor da lápide" ("Every poem is an epitaph", já dizia Eliot) levanta o véu de um dos pontos fulcrais desta poesia que, nas palavras do próprio Eugénio de Andrade (Rosto Precário), se afirma como o "lugar onde o desejo ousa fitar a morte nos olhos". Falar desta obra como morada da "leveza" e da "pureza" é encobrir o que nela há de ofício de paciência e de desesperada busca. Talvez seja preferível falar da força básica de um léxico de tal maneira investido da radicação do corpo do objecto amado no mundo e na sua paisagem que é capaz de impor o desejo da luz no coração das trevas da mortalidade. Eugénio de Andrade surgirá, assim, como o poeta da "correlação do corpo com a palavra" (Carlos Mendes de Sousa), da sexualidade trabalhada verbalmente até atingir uma "zona gramatical cega" (Joaquim Manuel Magalhães) onde o referido sexual não tem género gramatical referente porque o discurso em que vive pertence já a uma dimensão cuja musicalidade representa a recuperação de uma voz materna intemporal.
Eugénio de Andrade é elemento da Academia Mallarmé (Paris) e membro fundador da Academia Internacional "Mihail Eminescu" (Roménia). Para além de tradutor de vários autores, cujas obras recriou poeticamente (García Lorca, Safo, Borges), e organizador de várias antologias poéticas, é autor de obras como Os Afluentes do Silêncio (1968), Rosto Precário (1979), À Sombra da Memória (1993) (em prosa), As Mãos e os Frutos (1948), As Palavras Interditas (1951), Ostinato Rigore (1964), Limiar dos Pássaros (1976), Rente ao Dizer (1992), Ofício da Paciência (1994), O Sal da Língua (1995) e Os Lugares do Lume (1998).
Recebeu ao longo da sua vida vários prémios: Pen Clube (1986), Associação Internacional dos Críticos Literários (1986), Dom Dinis (1988), Grande Prémio da Associação Portuguesa de Escritores (1989), Jean Malrieu (França, 1989), APCA (Brasil,1991), Prémio Europeu de Poesia da Comunidade de Varchatz (República da Sérvia, 1996), Prémio Vida Literária atribuído pela APE (2000) e, em Maio de 2001, o primeiro prémio de poesia "Celso Emilio Ferreiro" atribuído em Orense, na Galiza. Em 2001, a 10 de Maio, Eugénio de Andrade foi homenageado na Universidade de Bordéus por altura da realização do "Carrefour des Littératures", tendo sido considerado um dos mais importantes escritores do século XX. Estiveram presentes várias ilustres personalidades, entre elas o Presidente da República Portuguesa Jorge Sampaio. A 10 de Julho foi distinguido com o Prémio Camões e, ainda no mesmo ano, foi lançado um CD com poemas recitados pelo próprio autor. Em 2002, foram atribuídos os prémios PEN 2001 e Eugénio de Andrade recebeu o prémio da área da poesia pela sua obra Os Sulcos da Sede. No dia em que comemorou o seu octogésimo aniversário foi homenageado na Biblioteca Almeida Garrett do Porto.
Em 1991, foi criada na cidade do Porto a Fundação Eugénio de Andrade. Para além de servir de residência ao poeta, esta instituição tem como principais objectivos o estudo e a divulgação da obra do autor assim como a organização de diversos eventos como, por exemplo, lançamentos de livros, recitais e encontros de poesia.
Luís de Camões
Poeta português (1524-1580), autor do famoso poema épico "Os Lusíadas" e de uma considerável obra lírica e dramática.
Poeta português (1524-1580), autor do famoso poema épico "Os Lusíadas" e de uma considerável obra lírica e dramática.
P.V.P.ESPANHA: 12,00 €
(mesmo preço de Portugal)
Sinopse
O poeta Eugénio de Andrade dissera há tempos que "o livro mais fascinante da poesia portuguesa seria uma selecção dos sonetos de Camões" feita por si. O livro está aí e o poeta chama-lhe "a suprema festa da língua". Eugénio já antes publicara "Versos e Alguma Prosa de Luís de Camões", onde escrevia que "foi Camões que deu à nossa língua este apuro de vime branco, este juvenil ressoar de abelhas, esta graça súbita e felina, esta modulação de vagas sucessivas e altas, este mel corrosivo da melancolia." E este volume que agora é dado à estampa tem, diz o poeta no prefácio, "alguns raros versos - como dizer? - que participam da respiração do mundo e da pulsação das estrelas", e ainda que tal esplendor só é possível encontrar em alguns nomes máximos da literatura universal, Virgílio, Dante, Shakespeare, São João da Cruz.
Um livro belíssimo com capa cartonada, que inicia na editora Assírio & Alvim uma nova colecção, "Grãos de Pólen", antologias de poetas organizadas por outros poetas.
"Tanto como um novo, sintético e indispensável tributo a Camões, onde são recolhidos, como Eugénio diz, "alguns dos raros versos que participam da respiração do mundo", este livro é um acto de culto e uma homenagem à língua portuguesa." Vasco Graça Moura, Público "Leituras", 23/10/00
"Um dos méritos deste livro é justamente o de nos permitir não apenas ler o melhor dos sonetos de Camões, mas lê-lo, por assim dizer, por cima do ombro de Eugénio. Ler, e não reler, porque só a título virtual este livro existia já, dispersamente, na colecção integral dos sonetos de Camões." Luís Miguel Queirós, Público "Leituras", 23/10/00
O poeta Eugénio de Andrade dissera há tempos que "o livro mais fascinante da poesia portuguesa seria uma selecção dos sonetos de Camões" feita por si. O livro está aí e o poeta chama-lhe "a suprema festa da língua". Eugénio já antes publicara "Versos e Alguma Prosa de Luís de Camões", onde escrevia que "foi Camões que deu à nossa língua este apuro de vime branco, este juvenil ressoar de abelhas, esta graça súbita e felina, esta modulação de vagas sucessivas e altas, este mel corrosivo da melancolia." E este volume que agora é dado à estampa tem, diz o poeta no prefácio, "alguns raros versos - como dizer? - que participam da respiração do mundo e da pulsação das estrelas", e ainda que tal esplendor só é possível encontrar em alguns nomes máximos da literatura universal, Virgílio, Dante, Shakespeare, São João da Cruz.
Um livro belíssimo com capa cartonada, que inicia na editora Assírio & Alvim uma nova colecção, "Grãos de Pólen", antologias de poetas organizadas por outros poetas.
"Tanto como um novo, sintético e indispensável tributo a Camões, onde são recolhidos, como Eugénio diz, "alguns dos raros versos que participam da respiração do mundo", este livro é um acto de culto e uma homenagem à língua portuguesa." Vasco Graça Moura, Público "Leituras", 23/10/00
"Um dos méritos deste livro é justamente o de nos permitir não apenas ler o melhor dos sonetos de Camões, mas lê-lo, por assim dizer, por cima do ombro de Eugénio. Ler, e não reler, porque só a título virtual este livro existia já, dispersamente, na colecção integral dos sonetos de Camões." Luís Miguel Queirós, Público "Leituras", 23/10/00
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