quinta-feira, 31 de março de 2011

MARIA GABRIELA LLANSOL


Maria Gabriela Llansol

Escritora portuguesa de ascendência espanhola, nascida no ano de 1931 em Lisboa. Licenciou-se em Direito e em Ciências Pedagógicas, tendo trabalhado em áreas relacionadas com problemas educacionais. Em 1965, abandonou Portugal para se fixar na Bélgica. Regressou há alguns anos a Portugal. Considerada uma autora cuja escrita é hermética e de difícil inteligibilidade para o leitor comum, é, no entanto, apontada por muitos como um dos nomes mais inovadores e importantes da ficção portuguesa contemporânea. A sua carreira literária iniciou-se com Os Pregos na Erva (1962), obra que inaugurou uma nova forma de escrever, embora estruturalmente se assemelhe a um livro de contos. Publicou de seguida Depois de os Pregos na Erva (1972), O Livro das Comunidades (1977), A Restante Vida (1983), Na Casa de Julho e Agosto (1984), Causa Amante (1984), Contos do Mal Errante (1986), Da Sebe ao Ser (1988), Um Beijo Dado Mais Tarde (1990), com evidentes ressonâncias autobiográficas, Lisboaleipzig 1: O Encontro Inesperado do Diverso (1994), Lisboaleipzig 2: O Ensaio de Música (1995), Ardente Texto Joshua (1998) e Onde Vais Drama Poesia? (2000).
No caso de Maria Gabriela Llansol dificilmente se podem aplicar designações tradicionais como conto, romance ou mesmo diário. Apesar de se detectarem elementos tradicionais da narrativa, as suas obras, mais do que narrativas, são conjuntos de pequenos quadros e meditações. A acção localiza-se geralmente na Alemanha ou em regiões próximas, nos primórdios do Renascimento, num ambiente fantástico em que à volta de Copérnico, Isabol ou Hadewijch se movimentam personagens inspirados em pensadores místicos como San Juan de la Cruz e Eckhart e filósofos como Nietzsche e Espinosa.
Os diários Um Falcão em Punho (1985), considerado o ponto de viragem no que toca à cada vez maior inteligibilidade da sua escrita, e Finita (1987), distinguem-se das obras ficcionais pela sua aparente ordenação cronológica e pelas reflexões sobre a concepção materialista em que se baseia a mística e a poética da autora.
Um dos traços mais marcantes de toda a sua produção consiste na constante negação da escrita representativa, com inserção no texto de diferentes caracteres tipográficos, espaços em branco, traços que dividem o texto, perguntas de retórica, aspectos que contribuem para a sensação de estranheza que os seus textos provocam.
Levando às últimas consequências a criação de um universo pessoal que desde os anos 60 não tem paralelo na literatura portuguesa, a obra de Maria Gabriela Llansol faz estilhaçar as fronteiras entre o que designamos por ficção, diário, poesia, ensaio, memórias, etc.


"13
O dia nasce e não veio com a realidade. è ainda simplesmente
Dia sobre a chávena de café que tudo invade a partir da mesa
Onde pousou. estranhamente, aquele negro quente apazigua.
Cheira a multidão que se esfria numa só pessoa, o homem que
A visita com regularidade. O líquido desce até à borra. É o momento
Em que a campainha da porta se vai ouvir, mas não lhe invejo
A realidade que lhe toca""

"O Começo De Um Livro É Precioso"
Assírio & Alvim


P.V.P.ESPANHA: 11,00 €

( mesmo preço de Portugal)

Sinopse
Convivemos fraternalmente nesses dias, com serenidade e com paixão; o que nos confrangia foi levado pelo rafeiro brilhante e negro; nem sempre dar à luz é confortar os mortais, mas estas estrelas não têm ocupações semelhantes à nossas; por isso, lá voltámos em pensamento. E tu pensas: eu só posso suspeitar que as suas relações amistosas brilham; a veemência de um sentimento com nome verdadeiramente carnal, nasce no horizonte.


P.V.P.ESPANHA: 15,00 €

( mesmo preço de Portugal)

Excerto
«Finita» é […] a narrativa dos próprios inconfortos da autora, do seu deslumbramento, do desejo que na sua própria vida o poeta e o ladrão façam a obra prometida, de que o seu texto (no caso vertente, «A Restante Vida») seja obra do mútuo e factor deste. […] Se não temesse ser mal compreendido, eu diria que «Finita» é uma espécie de «correio do coração» espinozista: um Mestre Eckhart que tivesse inspirado um Espinoza, tocado pelos fulgores de Hamman. (posfácio, excertos)



P.V.P.ESPANHA: 16,00 €

( mesmo preço de Portugal)

Sinopse
(XIV)
"um certo receio vai ser uma longa etapa, muito trabalhosa e doce, com várias estações para o que eu acabo de referir; precisava de estar a par da experiência de Al Hallâj para que ele pudesse socorrer-nos com o método que, porventura, tivesse empregue, e nos considerasse uma luz remota provinda dele, e da parte de apreensão onde há luz; por que não concluir (entre limites) que Al Hallâj protege e assiste os carismas do desejo apaixonado?"
Contos do Mal Errante é como se fosse uma narrativa, ou mesmo um romance, que seria o movimento de uma escrita fragmentária. […] Tendo lido já (ou não) outros textos de Maria Gabriela Llansol, o leitor sabe ou virá, esperamos, a saber que este texto é parte de um universo. Podemos aliás usar - com grande informalidade, não para buscar qualquer caução científica, mas porque lidamos com o pensamento por figuras - uma metáfora cosmológica: este é um universo em expansão, não só em relação ao que pensamos como futuro, mas também em relação ao passado. (Manuel Gusmão, excerto do posfácio)
Contos do Mal Errante de Maria Gabriela Llansol

Críticas de imprensa
"Livro de 1986, reeditado com um posfácio de Manuel Gusmão e oito imagens de Ilda David, é dos mais importantes da vasta biografia de Maria Gabriela Llansol. Contos do Mal Errante começam por colocar uma questão relacionada com os géneros: não é de "contos" que se trata nesta narrativa composta por fragmentos, mas sabemos bem que a escrita de Llansol obriga a pensar novamente - depois do Romantismo - a invenção da Literatura e o esbatimento de fronteiras de género. Esta narrativa é feita de matéria histórica e povoada de figuras da história do pensamento: o cerco a Münster, Copérnico, Eckhart, Hadewijch. Mas estamos longe do romance histórico, talvez até nos antípodas, pois lugares, tempo e figuras entram aqui em constelações de pensamento figurativo que nada têm a ver com os confins do político, com uma irrepresentável "polis", que é a comunidade como forma de existência intersubjectiva."
António Guerreiro in revista Actual (Expresso)

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