Foi publicado pela primeira vez em 1836 na revista Sovreménnik
[«O Contemporâneo»] fundada e dirigida por Aleksandr Púchkin.
Escreveu o próprio poeta, numa nota sobre esta publicação: «N.V. Gógol
não consentiu durante muito tempo em publicar esta brincadeira, mas
vimos nela tanto inesperado, tanta fantasia, alegre e original, que convencemos
o autor a partilhar com o público o prazer que o manuscrito
nos deu a nós.» Terá sido também o próprio Púchkin a sugerir a Gógol
que alterasse substancialmente a primeira variante do conto em que todas
as aventuras de Kovaliov se passavam em sonho.
O NARIZ
Autor:
Nikolai Gógol
Tradução do Russo:
Nina Guerra e Filipe Guerra
Colecção: Gato Maltês 39
Tema, classificação:
Ficção
Data da 3.ª Edição: Janeiro de 2011
Distribuição:
20 de Janeiro de 2011
Formato e acabamento:
11,5 x 18,5 cm, edição brochada com badanas / 80 páginas
ISBN: 978-972-37-0577-5
Preço com IVA
P.V.P.Espanha: 7,50 €
«O Nariz, um conto do absurdo, claro, mas de um absurdo de dois bicos:
age sobre o trivial, mas também o trivial age sobre ele, tornando-o estranhamente
verosímil. Portanto, nada de fantasias! Podemos fartar-nos de
estabelecer paralelos com os antecedentes românticos em que se perdia
magicamente qualquer coisa: ora o coração, ora a sombra, ou então era o
nariz que crescia—mas sentimos sempre uma diferença nítida: em Gógol
não encontramos o ambiente de enigma: a suposição dos efeitos de magia
como causa do acontecimento é rejeitada de imediato (a carta da “vítima”
com as acusações balbuciantes de bruxaria, em que nem ele próprio acredita,
e a carta de resposta da acusada que nem sequer percebeu as insinuações e que por isso lhes dá
uma interpretação muito prosaica e, como tal, cómica). Nada de magias! Esta, aliás, é uma das particularidades
da escrita russa, a partir de Púchkin: por mais misticismos, crenças, superstições, por
mais almas que andem no ar, o escritor tem sempre os pés assentes na terra e alimenta dela a sua inspiração.
Iúri Mann (O Sistema Poético de Gógol, Moscovo, 1978) escreve que as ligações genéticas dos
contos de Gógol com a literatura do romantismo (Hofmann, Chamisso) já estão suficientemente
estudadas pela crítica. O que faltava era descobrir a mudança fundamental que esta tradição sofreu
em Gógol. O motivo da perda pelo herói de uma parte do seu Eu, seja corporal, seja espiritual, estava
ligado, na tradição romântica, com a acção de forças sobrenaturais. Em O Nariz não existe portador
nem personificação da força não-real. Não se descortina culpado e, pelos vistos, não existe.
Existe apenas facto. E também a atitude das personagens para com o facto. Não há culpado, não
há explicação do fenómeno. O leitor espera involuntariamente qualquer esclarecimento — mas o
narrador afasta-se, põe a máscara do “censor” e prega ao leitor uma partida (“não percebo absolutamente
nada”, diz) e, ainda por cima, declara que “acontecem coisas destas no mundo—raramente,
mas acontecem”; depois sai de cena, deixando o leitor de mãos a abanar…»
Nina Guerra e Filipe Guerra
Colecção: Gato Maltês 79
Gato Maltês / 30 anos |
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