domingo, 6 de fevereiro de 2011

GONÇALO M. TAVARES


Gonçalo M. Tavares

Gonçalo M. Tavares nasceu em 1970, em Luanda. Passou a sua infância em Aveiro.
Publicou a sua primeira obra em Dezembro de 2001. Editou romances, contos, ensaio, poesia e teatro.
Em Portugal, recebeu o Prémio José Saramago 2005 e o Prémio LER/Millennium BCP 2004 com o romance Jerusalém, o Prémio Branquinho da Fonseca, da Fundação Calouste Gulbenkian e do jornal Expresso, com o livro O Senhor Valéry, o Prémio Revelação de Poesia, da Associação Portuguesa de Escritores, com Investigações. Novalis e o Grande Prémio do Conto "Camilo Castelo Branco", da Associação Portuguesa de Escritores, com Água, Cão, Cavalo, Cabeça.
Jerusalém foi o romance mais escolhido pelos críticos do Público para “Livro da Década”.
Os seus livros deram origem, em Portugal e no estrangeiro, a peças de teatro, objectos de artes plásticas, vídeos de arte, ópera, projectos de arquitectura, etc., bem como a teses académicas (Portugal, Brasil e Itália).
Todas as suas obras estão a ser traduzidas. Está a ser editado em vinte e cinco países.
Prémios no estrangeiro: Prémio Portugal Telecom 2007 (Brasil), Prémio Internazionale Trieste 2008 (Itália), Prémio Belgrado Poesia 2009 (Sérvia) e nomeação para o Prix Cévennes 2009 – Prémio para o melhor romance europeu (França).



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Excerto
Como as substâncias se separavam logo à partida, entre as que avançavam com a vontade própria e as que esperavam com a obediência estática (e nisso dividiam-se como alguns homens). Os sapatos eram a obediência pura, a escravidão mesquinha, enojavam-lhe naquele momento; a sabujice destes materiais em relação ao homem. Nenhum cão é tão sabujo como estas substâncias.
Não há possibilidade de diálogo entre substâncias que nascem logo em campos opostos, em campos, não inimigos, que isso seria pensar na possibilidade de elevação do homem que agarra na arma para combater; ali, pelo contrário, o afastamento não era entre substâncias inimigas ou entre dois predadores que se preparam para combater por um pequeno território; tratava-se simplesmente de passividade absoluta de um lado, e do outro energia forte, que constrói ou destrói, mas que modifica sempre. Não somos uma coisa que espera, murmura Mylia, enquanto avança a passos fortes para a igreja.



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Sinopse
Com uma entrada de supetão (como se diz na gíria futebolística), Gonçalo M. Tavares publicou nos últimos dois anos meia dúzia de livros (por vários géneros, poesia, narrativa e teatro), ganhou dois prémios (Prémio Branquinho da Fonseca, atribuído a "O Senhor Valéry" e Prémio de Revelação de Poesia da APE pelo livro "Investigações.Novalis"), e galgou fronteiras, com traduções em antologias poéticas (na Holanda e Bélgica) e em revistas anglo-saxónicas.
Chega-nos uma nova narrativa, "O Senhor Henri", herói das 36 curtas histórias deste livro. O senhor Henri, tal como o senhor Valery, gosta de jogos de linguagem, e é uma pessoa muito bem informada, fervoroso leitor da enciclopédia. E sabe de cor as datas dos vários acontecimentos. Mas é uma pessoa só, tendo por companhia a sua bebida de cor esverdeada, o absinto.

"O problema do senhor Henri é que nem sempre sabe o que fazer com tanta sabedoria acumulada. Porque o senhor Henri não interage com ninguém. Ele é o exemplo acabado do solipsista, do homem fechado sobre si mesmo, egocêntrico, arrogante e misógino. Ao contrário do senhor Valéry, ele não se assusta com o mundo, porque o mundo se resume ao que ele sabe, ao que ele diz. "Máquina de raciocínio", "animal do pensamento", produtor de "uma indústria filosófica", o senhor Henri é "cerebral em todas as direcções" e tem "quilómetros e quilómetros de inteligência dentro da cabeça". Quem o diz é o próprio, sem o mínimo pudor, entre dois copos de absinto. Porque o absinto "é a minha teoria sobre o mundo"."
José Mário Silva, Diário de Notícias
O Senhor Henri de Gonçalo M. Tavares



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Sinopse
Oitavo título desta colecção - na qual o autor tece uma imaginativa teia com e entre personalidades / personagens literários que moram todos no mesmo bairro (um bairro de referências literárias do autor?) -, este livro marca um importante ponto de viragem, podendo ser considerado tão inovador como foi o primeiro - O Senhor Valéry. O Senhor Breton faz 10 perguntas a si próprio; perguntas que nunca têm resposta, mas que denotam todo um complexo universo pessoal...
Um Homem: O Senhor Breton e a entrevista de Gonçalo M. Tavares

Críticas de imprensa
« O que é particularmente interessante nesta proposta é que a poesia do inconsciente parece muito longe dos interesses de Gonçalo Tavares, o escritor mais consciente e reflexivo da sua geração. Talvez por isso, é menos a poesia em si mesma que está em causa e mais a teoria poética. Ou seja, menos o Breton dos poemas e mais o Breton dos manifestos.
Qual será a palavra central de um poema? Será a poesia a linguagem a partir-se em dois? O pensamento é inestético? Há palavras felizes e infelizes? A poesia é para comer? Eis algumas das perguntas que Breton faz a Breton.»
Pedro Mexia, Público



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Sinopse
Neste novo livro de Gonçalo M. Tavares é O Senhor Walser que chega ao Bairro...
O Senhor Walser de Gonçalo M. Tavares

Excerto
«Quanto à casa, aos poucos começava a ficar irreconhecível pois os problemas pareciam ser maiores do que ao início se suspeitara. Duas janelas estavam já desmontadas e substituídas provisoriamente por cartão, fixo às paredes com fita-cola forte.
- Não é bonito, mas é provisório - alguém disse, tranquilizando Walser.»




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Sinopse
A chegada de mais um habitante para «O Bairro» é motivo de satisfação para os anteriores residentes.
Gonçalo M. Tavares retoma a sua obra de construção de um espaço único e inigualável.
O Senhor Calvino de Gonçalo M. Tavares

Excerto
Do alto de mais de trinta andares, alguém atira da janela abaixo os sapatos de Calvino e a sua gravata. Calvino não tem tempo para pensar, está atrasado, atira-se também da janela, como que em perseguição.



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Excerto
O desempregado com filhos
Disseram-lhe: só te oferecemos emprego se te cortarmos a mão.
Ele estava desempregado há muito tempo; tinha filhos, aceitou.
Mais tarde foi despedido e de novo procurou emprego.
Disseram-lhe: só te oferecemos emprego se te cortarmos a mão que te resta.
Ele estava desempregado há muito tempo; tinha filhos, aceitou.
Mais tarde foi despedido e de novo procurou emprego.
Disseram-lhe: só te oferecemos emprego se te cortarmos a cabeça.
Ele estava desempregado há muito tempo; tinha filhos, aceitou.




Preço da promoção: 10,08 € (20%)

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Excerto
A morte de Deus
O Senhor Juarroz pensou num Deus que, em vez de nunca aparecer, aparecesse, pelo contrário, todos os dias, a toda a hora, a tocar à campainha.
Depois de muito meditar sobre esta hipótese o Senhor Juarroz decidiu desligar o quadro da electricidade.




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Sinopse
A chegada de mais um habitante para «O Bairro» é motivo de satisfação para os anteriores residentes.
Gonçalo M. Tavares retoma a sua obra de construção de um espaço único e inigualável.
O Senhor Kraus de Gonçalo M. Tavares

Excerto
O Senhor Kraus saiu do jornal bem-disposto. Sabia que nos tempos que corriam (para trás?, para o lado?) a «única forma objectiva de comentar a política era a sátira».


Críticas de imprensa


"O humor e a desenvoltura com que este jovem escritor utiliza a linguagem estão aqui bem patentes. Mais um edifício na cidade literária que Gonçalo M. Tavares tem vindo a construir (pequenos livros que adoptam nomes de escritores nos títulos). [...] Absolutamente genial."
João Morales, Dezembro de 2005
"Nesse fenómeno das letras portuguesas que é a produção incansável de Gonçalo M. Tavares existem ciclos, e um deles, um dos mais curiosos e inesperados, chama-se 'o bairro'. Sairam anteriormente o senhor Valery, o Sr. Henri, o senhor Brecht, o senhor Juarroz. Acaba agora de lançar 'O Senhor Kraus' [...] Estes livros são, como toda a obra de Gonçalo M. Tavares, fascinantes. Estamos perante a maior revelação das letras portuguesas dos últimos anos."
Eduardo Prado Coelho, Público



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