Fernanda Câncio
Fernanda Câncio é jornalista desde 1987. Iniciou o percurso profissional noExpresso. De 1991 a 1997, fez parte da redacção da revista Grande Reportagem. Esteve de 1997 a 2003 na Notícias Magazine, tendo colaborado, de 1996 a 2002, com a SIC. É autora de dois livros de reportagem - Olhem para Mim, Dom Quixote, 2003 (sobre jovens que procuram a fama) e Cidades sem Nome, edição da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo, 2004 (sobre os subúrbios de Lisboa). Actualmente, é grande repórter do Diário de Notícias.
PVPEspanha: 18.04 €
Sinopse
«Reportagens como as que são reunidas aqui não encaixam decerto na formulação
do jornalismo objectivo, imparcial, desapaixonado.
São histórias contadas de um ponto de vista - o meu.
Escolhi contá-las, investigá-las, vivê-las e filtrá-las.
Imprimir-lhes a minha ficção.
Contá-las assim, desta forma, e não das trezentas mil e
quinhentas outras que existiriam.
[...] Não são, necessariamente, "a verdade" sobre as situações que descrevem.
O que é que se passou de facto na noite em que Licínio Saraiva morreu
depois de um assalto a uma loja de electrodomésticos no Carregado?
A sua morte foi um crime ou um acidente?
O que é que aconteceu a Beanito, o menino guineense surdo-mudo de dez anos
que desapareceu do hospital Egas Moniz e que no mesmo dia foi colhido
mortalmente por um comboio a muitos quilómetros de distância?
Está bem contada, é justa e fiel, a história de Evaristo, o boxeur cabo-verdiano
que veio para Portugal para ser campeão e esgotado o seu mito,
depois de não conseguir dinheiro para mais uma dose de heroína,
se lançou para baixo de um comboio suburbano?
Consegui aproximar-me do retrato da geração dos anos noventa
ou pelo menos questionar a ideia de espírito geracional?
Soube interrogar o sentimento da solidão?
Logrei mostrar a desolação essencial da pobreza?
Será que vi o que havia para ver, o que devia ver, em Bagdad e Israel?
Consegui olhar para o Museu do Holocausto?
Senti o que havia para sentir?
Fiz as perguntas certas?
Escolhi o melhor caminho?»
Após a formulação de todas estas questões, Fernanda Câncio conclui:
«Perceber que se não percebe, que quanto mais se pensa,
se interroga e se investiga
e se procura chegar a isso a que damos o nome de verdade
ou de essência das coisas (ou das pessoas)
mais e melhor se percebe que nunca perceberemos.»
PVPEspanha: 15.04 €
Sinopse
Livro recomendado para as Novas Oportunidades, destinado a leitura autónoma - Grau de Dificuldade II.
«Podia ser isto: um "travelling" ininterrupto de fachadas iguais, janelas em quadrícula miúda e cimento vivo onde a tinta cedeu ao tempo, o colorido sujo, disperso, da roupa estendida, os grafites em risco descontínuo, o ceú em recorte oblíquo, a incongruência áspera do sol.
(...)
Talvez sejamos todos suburbanos. Mas uns, como no ditado orwelliano, são mais que os outros. É desses que trata este livro. É o ponto de vista deles - esse ponto de vista que por sistema o olhar sobre a periferia ilide e rasura, porque impróprio no poema - que se procura. Porque eles vivem.»
Cidades Sem Nome - Crónica da Condição Suburbana é o resultado de um trabalho de investigação jornalística realizado por Fernanda Câncio a convite da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo, entre 2003 e 2004.
Cidades sem Nome de Fernanda Câncio
Excerto
«Talvez sejamos todos suburbanos. Mas uns, como diz o ditado orwelliano, são mais que os outros. É desses que trata este livro. É o ponto de vista deles - esse ponto de vista que por sistema o olhar sobre a perferia ilide e rasura, porque impróprio no poema - que se procura. Porque eles vivem. [...] Se o paraíso é um lugar onde nada acontece, talvez o inferno seja o lugar onde nada se espera.»
PEDIDOS:
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NOTA: Todos os livros editados em Portugal, seja qual for a Editora
nós TRAZemos para Extremadura.
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